Considerado um dos esportes mais antigos do mundo, a corrida de cavalos (também chamada de turfe) chegou a fazer parte dos Jogos Olímpicos da Antiguidade, mas a origem da modalidade como se conhece hoje está na Inglaterra do século XVII.
De olho na performance durante as competições, os ingleses começaram a cruzar cavalos trazidos da Ásia e da África com bom desempenho em corridas. Como resultado, eles criaram o puro-sangue inglês, uma das raças mais utilizadas nesse esporte.
No turfe, os cavalos competem em pistas de areia ou grama, em percursos fechados, geralmente ovais, ou em canchas retas. A distância do percurso varia e, como acontece com os atletas na corrida de rua, são necessárias características diferentes do animal para cada uma delas.
A dinâmica é simples: ganha o cavalo que chegar na frente. Assim como acontece com atletas profissionais, os animais passam por exames antidoping para ter certeza de que estão competindo sem irregularidades. Na mesma reunião turfística, acontecem vários páreos, que é o nome dado a cada corrida de cavalo.
Existem dois principais tipos de corridas de cavalo: sem obstáculos, e jumping, com obstáculos. Esse segundo não é praticado no Brasil.
Um dos títulos mais cobiçados no turfe mundial é a Tríplice Coroa, realizada em cada país em hipódromos diferentes. A Tríplice Coroa na Inglaterra é dada a quem vence nas competições Epsom Derby, 2000 Guineas Stakes e St. Leger Stakes e, nos Estados Unidos, ao ganhador do Kentucky Derby, do Preakness Stakes e do Belmont Stakes.
O turfe atrai espectadores não apenas pela possibilidade de torcer como nos demais esportes, mas também porque há um grande mercado de apostas que serve de atrativo para colocar suas expectativas em um determinado cavalo. No Brasil, as apostas são permitidas e regularizadas por lei. Diferentemente do que acontece nas loterias, nas apostas de corrida de cavalo é possível estudar as possibilidades de cada animal e aumentar as chances de ganho. Entre os páreos, há intervalos para que sejam feitas as apostas, sendo que os bilhetes vencedores são pagos logo após o julgamento dos comissários de corridas.
Antigamente o turfe era um dos maiores divertimentos da população brasileira, porém, conforme a tecnologia foi avançando, as arquibancadas começaram a se esvaziar. Primeiro foram as agências espalhadas pelas cidades, que permitiam aos apostadores ficarem mais por perto de casa acompanhando as carreiras. Já nos dias de hoje nem se fala, pois é possível jogar e assistir tudo pelo próprio celular.
Uma grande involução do turfe brasileiro diz respeito aos profissionais que fazem o esporte acontecer, pois conforme vai diminuindo o nascimento de cavalos, menos corridas são disputadas, e quanto menos carreiras, menos comissão os profissionais recebem, o que por suas tem gerado uma debandada de jóqueis e redeadores para fora do país.
Outra dificuldade que aflige cada vez mais o turfe brasileiro é a de renovação de público, pois além da concorrência das casas de apostas esportivas, falta incentivo por parte do governo, e por obvio que, quanto menor o público, menor a possibilidade de se conquistar também novos proprietários e criadores.
Enquanto os nossos clubes seguem deficitários, aguardando a legalização dos Cassinos, Bingos e slot machine, dirigentes seguem quebrando a cabeça e buscando novas receitas. Na Gávea já se tornou rotineiro grandes shows no peão do prado, algo que somado aos aluguéis dos restaurantes e, sócios mensalistas, mantém o Rio de Janeiro no topo entre os hipódromos nacionais. Aqui no Cristal, a nova diretoria também começa a buscar um modelo semelhante, tanto que no mês de dezembro já foi realizado em suas dependências dois shows que trouxeram mais de cinco mil pessoas para dentro do nosso amado Jockey Club do RGS, gerando também uma receita extra para seus cofres.
A luta é árdua, mas, precisa e esta sendo encarada com seriedade, o que nos deixa esperançosos de que turfe do Brasil voltará a ser pujante e respeitado pelo mundo afora.